domingo, 22 de maio de 2011

Muita beleza e arte

Nosso blog essa semana esteve cheio de referências artísticas, culturais. Creio, em parte, ter sido um efeito de nossa aula no Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB) e da discussão sobre o Bourdieu. Fico feliz. E começo pelo fim.

Não sei se vocês já tiveram a oportunidade de assistir à excelente indicação feita pelo Ruan: Réquiem para um sonho. O filme não trata apenas de drogas ilícitas, mas do sentimento de dependência. Sim, pois há uma interessante análise da televisão e da beleza como uma droga, além claro de cenas impactantes sobre o consumo de heroína. Boa dica mesmo.

Bem, mas preciso dar um puxão de orelha público: meu povo, vamos revisar melhor nossos textos. Olha, nunca vi um povo pra gostar tanto de comer acento. É impressionante. Há alguns casos também de problema de revisão. Oh, eu aconselho que após terminarem de escrever o post, deem um tempinho e vão fazer outra coisa. Depois, façam uma releitura antes de postar, vocês possivelmente encontrarão “problemas” e corrigirão.

Outra advertência geral: temos de ter cuidado com generalizações e, principalmente, da utilização de nossas fontes no texto. Trata-se de um exercício que vocês aprenderão, espero, com o tempo. Mas só um exemplo: “na opinião de psicólogos” ou “nos estados unidos é assim...”. Não podemos dizer que todos os psicólogos nem os estadunidenses pensam iguais. Por isso, precisamos fazer referências e citações. Vamos debater esse ponto especificamente na terça-feira. Se eu esquecer, lembrem-me, por favor.

Sobre os temas gerais, creio que a explanação do Ruan foi interessante e contempla parte de meus comentários. Queria acrescentar algumas coisinhas. Primeiro, o tema sobre homoerotismo esteve presente em três dias. Não é por menos. O Brasil vive um momento histórico nesse debate. Creio, porém, que houve um “esquecimento” das equipes, em especial da que tratou da homofobia, sobre o “quebra-pau” existente hoje no Congresso Nacional. Lá, o fogo está grande.

Acho que, em geral, os textos de vocês precisam ter mais opinião. Nesse sentido, as equipes que conseguiram melhor expressar posicionamentos foram as que trataram da família e da música brasileira. Temos de tomar cuidado, no entanto, sempre bom lembrar do nosso querido Max Weber, para que nossos valores não afetem a ética científica. Digo isso porque a postagem sobre a família pode ser interpretada como uma “defesa da família”. Parece-me que em vez de análise, a equipe tenta demonstrar o quanto a família é fundamental para sociedade.

Mas vocês já pararam para pensar o quanto a instituição família é, não raro, machista, homofóbica e opressora? Não, antes que alguém julgue, eu não sou brigado com ninguém da minha família. Aliás, dou-me muito bem com todas as pessoas dos clãs Coutinho e Parente. Uma boa dica de leitura para quem se interessa pelo tema é o livro A Origem da Família, do Engels, aquele companheiro do Marx. Grosso modo, o argumento de Engels é que a família, no mundo capitalista, tem o papel de manter a propriedade privada.

Adorei mesmo o grupo que tratou do assunto da música. Interessantes exemplos e análises. Vou dar uma dica de música pra todos nós. Eu sou muito fã do músico baiano Tom Zé. Quem foi pra última aula extra, na quinta de tarde, viu o quanto podemos pensar a realidade por meio da música. Dito isto, escolhi aqui uma canção do Tom Zé que traz muito da dialética e prepara vocês para o meu método no próximo semestre.

Gostei também de terem lembrado Zeca Baleiro no texto sobre beleza. Mas pessoal, sinceramente, existem livros melhores para discutir a beleza, em vez de Augusto Cury. De cabeça, lembro de um autor italiano muito importante chamado Umberto Eco. Ele é romancista e semioticista (estuda semiótica). Escreveu vários livros sobre estética, vocês irão estudá-lo semestre que vem. Dois livros dele foram lançados na última década no Brasil: História da Feiúra e História da Beleza.

Creio que os posts da beleza e do incesto possuem formatos semelhantes: fizeram um excelente trabalho de pesquisa, muita informação. Porém, galera, acho mais importante, neste momento, a opinião de vocês sobre esse assunto. Comumente, escutamos que jornalistas não devem emitir opiniões. Na minha avaliação, isso é impossível. Pois antes de sermos jornalistas, somos seres humanos e não devemos temer nossos posicionamentos: políticos e/ou estéticos. Por isso, vamos tentar “refletir e opinar mais”. Bom, é isso. As notas: 1ª equipe: 1,00; 2ª equipe: 1,25; 3 ª equipe: 1,00; 4ª equipe: 1,00 e 5ª equipe: 1,25.

Vemo-nos na terça. Não sei vocês, mas estou com saudade de vocês.


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