Por: Raquel, Cícero, Gleison, Clarice, Bruna, Daiane e Luisa.
Definição
Define-se como uma relação sexual entre parentes próximos. Ainda continua sendo um tabu em nossa sociedade discutir sobre esse tema, diante dos conflitos e divergências gerados pelo o mesmo. Sob o aspecto religioso, é um pecado mortal e em se tratando de leis, é estritamente proibido o casamento incestuoso em muitos países.
São consideradas incestuosas, geralmente, as relações entre pais e filhos, entre irmãos ou meio-irmãos, entre tios e sobrinhos. Para o cristianismo e judaísmo incesto é considerado um pecado, assim como homossexualismo, pois é contra a instituição familiar.
Em todas as sociedades o casamento é regulado por regras de endogamia e de exogamia. A primeira se refere aos casamentos dentro do grupo, e a segunda, fora do grupo. O incesto se inscreve entre as práticase ndogâmicas, ou seja, é o casamento (ou prática do sexo, o que às vezes implica no mesmo) que acontece dentro do grupo.
Desde Émile Durkheim o problema do incesto é um desafio aos antropólogos. Malinowski define o incesto como inerente às culturas humanas, pois que o aprendizado cultural só pode se dar em um ambiente familiar no qual haja um mínimo de retidão e desinteresse sexual. Lévi-Strauss argumenta no mesmo sentido, porém identifica com o incesto a passagem de um estado não-cultural a um estado cultural também pelo fato do incesto incentivar alianças (troca de mulheres entre grupos sociais distintos).
Aspectos jurídicos
No Brasil, o incesto não é punido criminalmente se as duas pessoas forem maiores de 14 anos (idade mínima para o consentimento), capazes de exercer todos os seus direitos e consentirem na relação sem nenhum tipo de coação ou fraude. A legislação permite o casamento entre tio/tia e sobrinha/sobrinho desde que seja apresentado um exame médico atestando a saúde dos dois e de uma possível prole, este tipo de união ainda assim é considerado incesto pela maioria dos brasileiros. Não há qualquer proibição legal para o casamento entre primos. Os filhos nascidos de casamentos incestuosos ilegais têm os mesmos direitos dos demais.
Em alguns estados americanos o casamento entre primos é proibido, sendo o mesmo permitido em vários países e em outras regiões dos EUA.
Incesto na Bíblia
Na Bíblia há duas referências ao incesto no livro de Gênesis. A primeira diz respeito a Ló e suas filhas, onde elas embebedam o pai e com ele se deitam para ficarem grávidas e terem filhos com ele (Gênesis 19:30-38). Já a segunda diz respeito a Abraão, que revela ao rei Abimeleque que Sara de fato era sua irmã (na verdade meia irmã), não somente sua esposa (Gênesis 20:10-16).
Incesto na Mitologia Grega
Existem várias histórias mitológicas relacionadas ao incesto,dentre elas destaca-se a de Édipo. Laio, rei de Tebas fora alertado de uma profecia em torno do nascimento de seu filho. Ele abandona o menino, que foi recolhido por um pastor, que nunca revelou ser seu pai adotivo. Ao consultar um oráculo, ele descobre que seu destino é matar o seu pai e casar-se com sua mãe. Temendo este fardo de matar o pobre pastor, que pensara ser seu verdadeiro pai, Édipo foge e no caminho briga com um homem e o mata. No meio do caminho, derrota a Esfinge que aterrorizava Tebas e casa-se com sua mãe, Jocasta, sem saber dessa verdade. Ele torna-se pai de 04 filhos. Quando da consulta do oráculo, por ocasião de uma peste, Jocasta e Édipo descobrem que são mãe e filho, ela comete suicídio e ele fura os próprios olhos por ter estado cego e não ter reconhecido a própria mãe. Após sair do palácio, Édipo é avisado pelo Corifeu que não é mais rei de Tebas; Creonte ocupara o trono, desde então. Édipo pede para ser exilado, e que Creonte cuide das suas duas filhas como se fossem suas próprias.
O complexo de Édipo caracteriza-se por sentimentos contraditórios de amor e hostilidade. Metaforicamente, este conceito é visto como amor à mãe e ódio ao pai (não que o pai seja exclusivo, pode ser qualquer outra pessoa que desvie a atenção que ela tem para com o filho), mas esta ideia permanece, apenas, porque o mundo infantil se resume a estas figuras parentais ou aos representantes delas. Uma vez que o ser humano não pode ser concebido sem um pai ou uma mãe (ainda que nunca venha a conhecer uma destas partes ou as duas), a relação que existe nesta tríade é, segundo a psicanálise, a essência do conflito do ser humano.
O complexo de Édipo é muito importante porque caracteriza a diferenciação do sujeito em relação aos pais. A criança começa a perceber que os pais pertencem a uma realidade cultural e que não podem dedicar-se apenas a ela porque possuem outros compromissos. A figura do pai representa a inserção da criança na cultura, é a ordem cultural. A criança também começa a perceber que o pai pertence à mãe e por isso dirige sentimentos hostis em relação a ele.
O complexo de Electra
O complexo de Electra define-se como sendo uma atitude emocional que, segundo algumas doutrinas psicanalíticas, todas as meninas têm para com a sua mãe; trata-se de uma atitude que implica uma identificação tão completa com a mãe que a filha deseja, inconscientemente, eliminá-la e possuir o pai.
Sigmund Freud referia-se a ele como Complexo de Édipo Feminino, tendo Carl Gustav Jung dado o nome "Complexo de Electra", baseando-se no mito grego de Electra, filha de Agamemnon, a qual quis que o irmão se vingasse da morte do pai de ambos matando, por fim, sua mãe Clytemnestra. Freud rejeitava o uso de tal termo por este enfatizar a analogia da atitude entre os dois sexos.
O complexo de Electra é, muitas vezes, incluído no complexo de Édipo, já que os princípios que se aplicam a ambos são muito semelhantes.
A proibição do incesto é a própria cultura
Distintos intelectuais desenvolveram explicações para a proibição do incesto, explicações das quais pode-se dividir em três tipos:
O primeiro tipo procura manter a dualidade do caráter da proibição (separando natureza e cultura). A proibição seria uma forma de proteger os homens do caráter nefasto do casamento consanguíneo. Mas é prova científica que do ponto de vista da hereditariedade, "as proibições de casamento não parecem justificadas." Esta é uma visão instrumental: a cultura seria entendida como uma solução da sociedade para os problemas da natureza.
O segundo tipo de explicação elimina o termo cultura e explica a proibição pelo seu caráter natural: o homem teria horror instintivo ao incesto. A crítica a esta explicação reside no fato de que se isso fosse realmente instintivo, não haveria necessidade da proibição. Mas a proibição é uma regra social, embora universal.
As explicações do terceiro tipo também eliminam um termo, a natureza. A proibição seria uma regra social, puramente, e o caráter fisiológico seria apenas um aspecto acidental. Articulando o incesto ao totemismo, a proibição seria assim um vestígio da regra da exogamia. Levi-Strauss afirma que uma explicação histórica não esgota o problema. Portanto, o terceiro tipo de explicação é frouxo.
A proibição do incesto é a única regra que assegura o domínio da cultura sobre a natureza. É ao mesmo tempo “o passo dado da natureza e da cultura”. A proibição do incesto é o vínculo que une as duas. Sem ela a cultura ainda não está dada; com ela a natureza deixa de existir como um reino soberano.
Dicas
Leitura: Os Maias
Essa obra tem como tema principal o caso do incesto inconsciente entre Carlos da Maia e Madame Castro Gomes, que na verdade é Maria Eduarda, irmã desaparecida de Carlos. A história se desenvolve basicamente em duas linhas de ações: a primeira em torno do amor incestuoso e a segunda sobre a vida desregrada e ociosa da burguesia lisboeta.
Filme: Do Começo ao Fim
Do Começo ao Fim, com direção de Aluizio Abranches, lançado em 2009, suscitou um tema desde sempre polêmico: o incesto. Os irmãos Tomás e Francisco têm uma relação bastante próxima desde crianças. Quando adultos, vendo-se apaixonados, resolvem viver esse amor. Vivem juntos, trocam alianças, fazem sexo. A família aceita.
1986, Thomás, filho de Julieta e Alexandre, nasce com os olhos fechados e assim permanece durante várias semanas. Julieta não se preocupa e diz que quando o filho estiver pronto, que quando ela quiser, ele abrirá os olhos. Foi assim, nos primeiros dias de vida de Thomás aprendeu que era livre arbítrio. Um dia, sem mais nem menos, Thomás abre os olhos e olha direto para Francisco, seu irmão de 6 anos. 1992 Julieta é uma linda mulher e uma mãe amorosa. É médica de um hospital e trabalha no setor de emergência. É casada pela segunda vez com Alexandre, pai de Thomás. Pedro, seu primeiro marido e pai de Francisco, mora na Argentina. Julieta e ele continuam bons amigos.
Durante a infância, os irmãos são muito próximos, talvez próximos demais, segundo Pedro, que passa uma temporada com eles em Buenos Aires. Anos mais tarde, quando Francisco tem 27 anos e Thomás 21, Julieta morre repentinamente em um acidente de carro. Francisco e Thomás se tornaram amantes e vivem uma extraordinária história de amor.
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Na vida real, porém, a situação é um pouco mais delicada.
A relação sexual ou marital entre parentes próximos não é aceita em praticamente todas as culturas. Um tabu universal. As maiores religiões taxam como pecado. O Estado cria leis que proíbem a união de parentes, mesmo que ambas as partes concordem.
A imprensa sabe explorar esse tipo de acontecimento. Notícias sobre pais que mantém casos com filhas são comuns.
Esse tema ainda é um tabu social... O interessante é observar que esse tema gira em torno do universo religioso, mitológico, da psicologia. Discute-se também a questão jurídica e esse filme que OMG, dispensa comentários, rssr.
ResponderExcluirÉ um taboo, e acho que vai continuar sendo por muito tempo, só pessoas de mente aberta pensa diferente em relação ao incesto.
ExcluirBom post,interessante e me fez lembrar uma coisa:Chica Toucín já fez práticas incestuosas no Barro...
ResponderExcluirQuem é Chica Toucin?
ResponderExcluirÉ um tema muito complexo inserido mais na religião e na moral.
Não consigo imaginar isso na minha familia meus tios sao como pais pra mim e meus primos irmãos.Até os primos mais distantes.
Porem um certo dia me apaixonei por um primo,mas mesmo assim isso não muda meu ponto de vista,primeiro porque casamento entre primos não considero incesto e, segundo, porque ele nem é primo legitimo.
É difícil quando somos ensinados que é errado é imoral desde pequenos.
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