Por: Raquel, Cícero, Gleison, Clarice, Bruna, Daiane e Luisa.
Novelas
A mídia alcançou um lugar dominante no dia-a-dia da nossa vida. Ela cria as demandas, orienta os costumes e hábitos da sociedade, além de definir estilos, bordões e discussões sociais, são alguns dos itens que novelas levam as ruas do país
Uma pesquisa revelou que a influência das novelas sobre as famílias brasileiras vai muito além, muitas mulheres incorporam o comportamento das personagens em sua própria vida, absorvendo valores e mudando atitudes, sobretudo com relação a casamento e família.
Para a antropóloga Miriam Goldenberg, as mulheres veem nas protagonistas dos folhetins um modelo: “O comportamento que se reproduz na novela é o de mulheres independentes, que se tornam modelo a ser imitado. Se elas aparecem nas novelas com menos filhos, trabalhando, com maridos mais jovens, com vários parceiros, isso vira uma coisa que as pessoas não só aceitam como reproduzem”.
Walcyr Carrasco, autor da Rede Globo, discorda. Para ele, as protagonistas são reflexo da sociedade e não o contrário: “O mundo vem mudando radicalmente em termos de hábitos de comportamento. Vários fatores levam a isso, como a independência econômica da mulher. A figura da mulher conformada com um casamento difícil porque não tem meios de se sustentar sozinha está em extinção”.
Especialista em história da teledramaturgia, Silvia Oroz concorda em parte com o autor: “A mudança de comportamento é um processo lento, mas a novela é uma forma integradora da cultura popular que tem esse objetivo. A novela tem o poder da intimidade, ela consegue moldar qualquer coisa, desde que o público queira. Não é uma perspectiva autoritária.
Moda e Transformação Social
As novelas podem provocar alterações no comportamento do individuo na sociedade, no entanto, elas possuem o poder de transformar o pensamento das pessoas. No final da década de 70, a novela Dancin Days, de Gilberto Braga, além de lançar o modismo da época, como meias coloridas de lurex, promoveu produtos como água-de-colônia e sandálias de salto fino. Ganhou o exterior e uma reportagem na revista americana Newsweek que destacou a influencia da novela sobre os hábitos de consumo dos telespectadores.
Água viva (1980), de Gilberto Braga e Manoel Braga, abordou um tema polêmico na época: o topless nas praias cariocas.
No final da década de 80, o Brasil parou para acompanhar Vale Tudo, escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, a novela tratava de temas polêmicos, provocando discussões nas ruas, alcoolismo e o homossexualismo eram alguns dos temas que conduziam a drama. O Brasil ficou de olho na telinha no dia 06 de janeiro de 1989 para saber ‘’quem matou Odete Roitman’’, interpretada por Beatriz Segall, Leila (Cássia Kiss) acabou matando Odete, para o publico um final bastante inusitado. No dia da exibição da morte de Odete, em pleno sábado de Natal, a novela registrou 81 pontos no Ibope, com picos de 92. No último capítulo, a novela teve 86 pontos com picos de 94.
Outras novelas de grande repecursão nacional, e fizeram o país a pensar e a discutir:
Barriga de Aluguel (1990), escrita por Gloria Peres, discutiu os limites éticos da inseminação artificial envolvendo mães de aluguel.
O Rei do Gado (1996), escrita por Benedito Rui Barbosa, debatia sobre a luta por posses de terra, através da reforma agrária e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Sua estreou dois meses após a morte de 19 sem-terra em Eldorado dos Carajás (PA).
Acessórios usados em O Clone ganharam o gosto popular em 2001
O Clone (2001), escrita por Gloria Perez, Temas como a cultura árabe, clonagem humana e dependência química deram o tom da novela. Campanhas antidrogas foram desenvolvidas por meios das personagens Mel (Débora Falabella), Nando (Thiago Fragoso) e Lobato (Osmar Prado) ajudou a desmistificar o perfil do usuário e ampliou o número de dependentes em busca de apoio. O FBI e a Drug Enforcement Administration (DEA), principais órgãos americanos responsáveis pelo controle do trafico de drogas, premiaram Gloria Perez e Jayme Monjardim (Diretor de núcleo) pela iniciativa. A novela também ditou moda, lençóis, véus, bolsas, jóias e até vestidos de noiva usados pelas personagens ganhou as ruas e o gosto popular.
Novelas do Brasil podem afetar as vidas dos telespectadores
O The Washington Post, um dos jornais norte-americanos mais respeitados e lidos em todo o mundo, relatou o poder de influencia das novelas na vida dos brasileiros. O artigo Brazil’s Novelas May Affect Viewers’ Lifes(Novelas do Brasil podem afetar as vidas dos telespectadores) mostra como Caminho das Índias, da Globo, influenciou a rotina dos brasileiros e a curiosidade das pessoas sobre os costumes na Índia.
“No Brazil, um país que, na média, assiste mais à televisão que qualquer outro país, exceto o Reino Unido, novelas tem um efeito mais duradouro ao influenciar escolhas no estilo de vida, dizem os pesquisadores. As novelas se tornaram uma parte muito importante na sociedade brasileira”, diz um trecho do artigo.
Em outro momento, o jornal revela como a Globo, emissora que exibiu Caminho das Índias, se tornou uma indústria poderosa, capaz de influenciar toda a sociedade brasileira.
“Dois estudos no ano passado fizeram um link entre o consumo de novelas produzidas pela Rede Globo, a rede que domina a indústria aqui, e o declínio das taxas de fertilidade e aumento dos divórcios no Brasil. […] As novelas retratam ‘a pequena, bonita, branca, rica, urbana, e também as famílias de classes média e pequena”.
A matéria mostra também o que alguns executivos da emissora pensam sobre o assunto.
“Nós sabemos da seriedade dessas pesquisas, mas há um engano ao tornar insignificante a capacidade de livre arbítrio das pessoas, de imaginar que se a novela dita algo, alguém irá seguir”, declarou Luis Erlanger, diretor da Globo.
A reportagem ainda cita Bruno Gagliasso, que com a interpretação de Tarso, alerta os brasileiros sobre a esquizofrenia. E o ator confirma o impacto que as obras da Globo causam nas pessoas.Entrevistado pelo jornal, Gagliasso declarou: “É como se a Globo jogasse a bola e as outras pessoas começassem a jogar”, disse ele, sobre a influência da emissora carioca na vida das pessoas.
Reportagem completa: http://www.washingtonpost.com/wpdyn/content/article/2009/06/07/AR2009060702401.html
Bordões
Sempre que um filme, série ou novela cai no gosto popular e um dos seus personagens diz expressões repetitivas o povo adota tal expressão para situações do cotidiano, os chamados bordões.
Na série norte-americana Os Simpsons, toda vez que o Homer Simpson comete algo estúpido, diz “do’h”! Hoje, milhões de pessoas por lá quando percebe que acabou de fazer uma besteira repete o bordão (do’h).
Quem nunca disse “yabba-dabba do!”? Afinal, o que isso significa? Não há significado, mas expressa a alegria do personagem Fred.
Do que você lembra quando ouve essas expressões: “para o alto e avante!”, “o que é que há, velhinho? “, “to certo ou to errado”? E o que dizer de “você não vai com aminha cara?”? Algumas palavras são simplesmente criadas e ganham vida própria por um tempo… Depois fica apenas na nossa lembrança.
No Brasil, os bordões fazem o maior sucesso, surgem principalmente nas novelas. Em o Clone, Solange Couto que interpretou a Dona Jura ficou famosa por causa dos pastéis e por frases como: "não é brinquedo, não"; Mara Manzan, que interpretou Odete, ficou conhecida por frequentar o piscinão de ramos e pela frase "cada mergulho é um flash".
Em Chocolate com pimenta, Drica Moraes deu vida à personagem Marcia criando a frase que a marcou: "sou chique, bem’’
Maria Clara Gueiros marcou todos os personagens que viveu em Zorra Total. Esses mesmos personagens fazem com que ela seja lembrada até hoje por seus bordões: “chupa essa manga’’, “vuco-vuco’’, “te conheço? ’’. Já Katiuscia Canoro viveu apenas Lady Kate, mas ficou conhecida no Brasil Inteiro pelos bordões: “to paaaganooooo” e “glana eu tenho, só me falta-me o gramur”.
Isabelle Drummond marcou a trama Caras e Bocas pela inesquecível frase: “é a treva”.
Caminho das Índias marcou o horário das 20h por várias frases: “nahim”, “shalon”, “tik-tik”, “are baba”.
Tropa de elite, O Capitão Nascimento ganhou as ruas com as frases “pede pra sair”, "fanfarrão".
Miguel Falabela que já era conhecido pelo personagem Caco Antibes e pela frase: “cala a boca Magda” em Sai de Baixo, ficou ainda mais conhecido em Toma Lá da Cá por seus bordões: “menina do olho junto” e “mal caráter”
Arlete Sales, que viveu a fogosa Copélia criou o famoso bordão: “prefiro não comentar”. E o seu Ladir, Italo Rossi, deixou a sua marca na boca do povo com é “Mara” é até hoje uma marca do ator e um dos bordões mais usados pelo publico. Alessandra Maestrini viveu Bozena, ficou famosa pelo seu jeito engraçado de falar (sotaque paranaense) e pela sua maneira de contar histórias “lá em Pato Branco...”
Filmes
A TV, assim como outros meios de comunicação de massa, é uma grande formadora de opinião e, infelizmente, por algumas vezes essa age como manipuladora da massa. As principais vítimas dessa manipulação estão concentradas nas camadas sociais menos favorecidas e, consequentemente, menor nível de escolaridade.
Para exemplificar a força que possui esse meio de comunicação, vamos tomar por base o filme Jaws (Tubarão), um sucesso colocado em cartaz nos EUA na década de 70, dirigido por Steven Spilberg. Esse sucesso de bilheteria motivou uma verdadeira matança de tubarões sob alegação de que todas as espécies são assassinas.
Tragicamente, o mesmo fenômeno aconteceu na Austrália, após a morte do famoso e polêmico apresentador Steven Irwin, o caçador de crocodilos, atacado no coração por uma arraia, durante as gravações de um programa de TV. O fato é que depois desse acidente, tanto quanto na década de 70, surgiu uma repulsão por esses animas e diversas foram as notícias de matança de arraias no litoral da Austrália gerando certa inquietação na população, em geral.
Filmes influenciam fumo entre adolescentes, mostra pesquisa
Quase 40% dos adolescentes norte-americanos que experimentaram cigarros fizeram isso porque viram nos filmes, afirmou um estudo divulgado em Novembro de 2005.
A pesquisa, descrita como a primeira sondagem nacional sobre a influência do cigarro dos filmes sobre os jovens, exortou Hollywood a diminuir as cenas de fumo ou as imagens de marcas de cigarro. A indústria cinematográfica também deveria considerar uma menção sobre cigarros nos dados de classificação dos filmes, que atualmente alertam sobre sexo explícito, violência e linguagem.
De cada 100 adolescentes que experimentaram cigarros, 38 fizeram isso porque viram gente fumando em filmes, disse o relatório publicado na edição de novembro da Pediatrics, a revista da Academia Americana de Pediatria. Na amostra total, cerca de 10% experimentaram cigarros, de acordo com o estudo pago pelo Instituto Nacional do Câncer.
“A exposição ao cigarro em filmes é tão ampla que seu impacto nesta faixa etária é mais forte que o de amigos ou pais fumantes”, disse James Sargent, professor de pediatria que é o principal autor do estudo.
Reality shows
Nos reality shows o espetáculo da auto-referência chega ao paroxismo. O público é levado a jogar o jogo instituído pela mídia. Nos dias de paredão no Big Brother Brasil, por exemplo, o país fica mobilizado e polarizado em torno de argumentos banais sobre quem deve ser o eliminado. Cuja votação por telefone rende muitos milhões de reais à Rede Globo.
Essa mistura de fazer com que o público acreditar que pode interagir com o programa e de instigar o instinto das pessoas em observar a privacidade alheia dentro elementos de teledramaturgia, formam um produto pronto para atender as expectativas da sociedade.
Apesar de ser criticadas por muitos, deve-se admitir o sucesso que o programa faz. É uma forma de entretenimento de muito sucesso. Quem nunca se viu espiando a casa e discutindo os temas expostos pelos participantes. Em 2011 a edição trouxe pela primeira vez uma transexual, apesar de ser eliminada na primeira semana, a Ariadna causou nas redes sociais e caiu na boca do povo. Maria, vencedora da 11º edição, contribuiu para que o livro "Deixe os homens aos seus pés", ao qual Maria se apegou para se livrar da sombra de Mauricio dentro da casa, e conquistar o Wesley, se tornasse um dos mais vendidos do país. Escrito pela americana Marie Forleo, O sucesso pós-Maria foi tanto, que a editora Universo dos Livros mandou imprimir mais 80 mil exemplares para atender à demanda.
A Homofobia foi diversas vezes abortada no programa, principalmente nas edições de 2006 e 2010, o primeiro vencido por Jean Willian (homossexual) que travou uma batalha de valores com os demais participantes logo na primeira semana, ao assumir ao vivo sua opção sexual. O segundo foi vencido pelo Marcelo Dourado, apontado pelo publico GLBT como homofóbico, rejeitado no inicio pelos participantes, Dourado conquistou simpatizantes pela sua sinceridade, a edição ficou marcada pelo paredão ‘’Dourado vs Dicesar’’, no qual houve uma grande mobilização do publico, cujo programa obteve a impressionante marca de mais de 125 milhões de votos, que cominou na eliminação do Dicesar com 58% dos votos
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REFERÊNCIA
Para mim, este foi o melhor post do meu grupo. :-)
ResponderExcluirmuito bão. só achei um pouco extenso.
ResponderExcluirÉ dificil definir se a midia influencia o publico ou vice-versa,e nao da pra culpa-la por tudo, seria o mesmo que admitir que o publico é burro e passivo.
ResponderExcluirA minha feira de ciências vai ser sobre esse tema , iremos arrazar com toda essas explicações. Fica a dica!
ResponderExcluirnão precisei nem procurar o que eu precisava em outro site, parabéns :)
ResponderExcluirChupa
ExcluirA banana do macaco
Por favor não faça isso em um site
ExcluirNossa cara demais seu conteúdo,conseguir achar tudo aqui no que eu preciso para o meu trabalho continue assim. :DD
ResponderExcluirCreio que as pessoas são influenciadas pela mídia, pois quase todos os brasileiros tem uma TV dentro de casa, e não é todo autor de novelas ou executivo de emissoras – que possuem fins lucrativos e não de “ação social” – que pode conhecer todos os brasileiros para dizer que de maneira geral os comportamentos das pessoas estão mudando, claro que eles se inspiram em algum exemplo aqui ou ali, mas o que é mais prejudicial é o fato de que estas historias não são benéficas para a sociedade, antes são o inverso, pois querendo ou não a maior parte da sociedade exerce uma função passiva – como a Bruna comentou acima–, pois em sua maioria as pessoas não refletem sobre as historias destes programas e acabam aceitando tudo o que neles são exibidos, sem sequer exercer uma visão critica – ou seja, por critérios. E se esquecem de que nem tudo que é novo é bom, mesmo que sejam comportamentos, costumes ou atitudes novas. E isso é comprovado pelos números das pesquisas que estão citadas neste artigo, muito bem feito.
ResponderExcluirEm minha opinião as novelas tomaram uma parte muito importante dos brasileiros, o tempo para ler, se dedicar a família, conversar com amigos, ir a igreja, etc., e não “se tornaram uma parte muito importante na sociedade brasileira”, pois de importante não têm nada senão a influencia, que é mal utilizada.
O fato de elas tratarem de situações polêmicas na sociedade, como citado no texto “campanhas antidrogas”, acabam sendo mais visto do que tantas outras porcarias que aparecem nelas, exemplo, destruição de famílias, traição, consumismo exagerado, outros vícios, sensualidade, relacionamentos prematuros ou insensatos, ganância por dinheiro, falta de sabedoria dos pais em criar filhos,
No final de tudo o que deveria ser “benéfico” como a campanha antidrogas, produz uma influência inversa, pois o que leva as pessoas a este tipo de vícios é justamente o que citei acima, como a traição, falta de atenção dos pais na criação de filhos, famílias destruídas, etc. E ao observar o relatório de 2005 sobre o consumo de drogas, observamos que nas duas maiores cidades do país (São Paulo, Rio de Janeiro) houve um aumento do uso FREQUENTE de drogas, exceto álcool e tabaco.
Só quero reiterar, que não sou contra a existência da mídia na sociedade, pois em si, ela é uma “coisa boa”, mas sou contra a maneira como as emissoras a utilizam – não se importando com que consequência que trarão para a sociedade, mas apenas com seus próprios fins – e como os brasileiros a aceitam.
Parabéns pelo post. Muito bom!
http://gregoryneves.com/ideias/a-midia-influencia-a-familia-do-seculo-xxi/
LENDO TUDO ISSO..corretores do ENEM vão fica satisfeito rrssr
ResponderExcluiras novelas tomaram uma parte muito importante dos brasileiros, o tempo para ler, se dedicar a família, conversar com amigos, ir a igreja, etc., e não “se tornaram uma parte muito importante na sociedade brasileira” excelente artigo, uns dos melhores que já li. Só não concordo que a novela está no topo, em tirar o tempo da família se reunir, desfrutar assuntos do dia a dia. Acredito que internet ultrapassou qualquer tipo de influência que a televisão poderia exercer sobre uma pessoa.. o meio de comunicação pelo wattssape tem sido na minha opinião o ponto número um, em afastar o diálogo familiar... Ou até, em outros aspectos.
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