domingo, 12 de junho de 2011

Uma experiência bem sucedida

Chegamos ao fim de nosso blog. Ufa! Todo mundo aliviado, e eu com os meus domingos também livre, agora. Mas, no geral, devo dizer que estou muito feliz com o resultado final de nossa extensa atividade. As abordagens e os temas escolhidos foram oportunos. Geramos uma boa discussão, pena não ter havido tanta participação da turma nos comentários. Mas aí é outro episódio...

Esta semana foi uma das melhores. Deve ter sido, principalmente, pelo domínio do tema dos seminários. Com exceção da equipe quatro, todas as demais falaram dos livros seus seminários. Por outro lado, acho que precisamos pensar ter um poder de síntese maior. Digo isso principalmente para a equipe 1. Ela, com certeza, foi a equipe com os posts maiores durante toda a nossa atividade. Isso não é necessariamente ruim, mas por ser um blog, é importante haver síntese. Há muita informação que poderia ser editada, mas isso é um aprendizado que vocês vão adquirindo ao longo do tempo.

Quero fazer um elogio especial à equipe 4 pela discussão feita a respeito das quotas raciais. O texto está muito interessante. Ali, encontro o texto ideal para o nosso blog: há opinião, informação e análise. Parabéns!

O texto de Fontamara também ficou muito interessante. Eles conseguiram fazer um link direto com a nossa realidade: precariedade do curso e falta de estrutura. Fica a pergunta: o que devemos fazer?

As equipes do 1984 e Revolução fizeram uma abordagem semelhante com a mídia. Isso é bom. Estou ansioso para ver a apresentação do quadrinho do Milo Manara. Vamos todos curtir amanhã, espero.

Não irei me estender mais... Amanhã, espero contar com a presença de todas e todos na aula, pois irei fazer as considerações gerais sobre os seminários e darei as notas das apresentações. As notas do blog, da semana e final, seguem abaixo. Bom domingo!

Notas da semana

1ª equipe: 1; 2ª equipe: 1,25; 3ª equipe: 1,25; 4ª equipe: 1,25; 5ª equipe: 1,25

Notas finais

1ª equipe: 9,1; 2ª equipe: 9,4; 3ª equipe: 8,3; 4ª equipe: 9,4; 5ª equipe: 9,7

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A MÍDIA COMO FORMA DE ALIENAÇÃO


A alienação exercida pela televisão é muito forte hoje em dia devido à importância que a população comum dá a programação de entretenimento, o problema é que essa programação não é bem estruturada e acaba passando aos telespectadores idéias que muitas vezes não são corretas como à do consumismo exagerado sem levar em conta, por exemplo, à agressão ao meio ambiente que esse consumismo irá causar. Nós vivemos num sistema onde essa supervalorização do consumismo é obrigatória para que a economia avance em seu ciclo incessante. O livro REVOLUÇÃO, de Milo Manara, nos mostra essa idéia da televisão “sem conteúdo”, apresenta as pessoas que fazem à mídia televisiva como vilões que querem apenas tornar os patrocinadores cada vez mais ricos com a publicidade exagerada e extorsiva. Isso não acontece apenas na televisão, a mídia impressa também está tomada pela publicidade exagerada dando um mínimo espaço ao que realmente importa, a notícia como ela é. Também não podemos esquecer a manipulação das notícias que está implícita na imprensa moderna para ressaltar interesses pessoais, na maioria das vezes interesses políticos, políticos que mantém os grandes veículos de comunicação. Não há nada mais justo que se tenha uma mídia mais “limpa”, mais correta com seus expectadores que esperam notícias de importância para o convívio em sociedade, não apenas violência, não apenas comerciais que nos impulsionam ao consumismo sem limites, não apenas programas que nos influenciam a idolatrar pessoas, a televisão precisa ser renovada, ela necessita de uma nova visão, pois como diz no livro, a invenção mais bela de todos os tempos não pode apenas ser resumida em futilidades para interesses de tão poucos, ela tem que servir em geral com conteúdo sadio e de suma importância para o povo.












A mídia influencia,a mídia é o meio,portanto o meio leva pessoas a algum lugar. O que esperamos é que esse lugar não seja um lugar ruim.
De uma certa forma,as pessoas que detém o poder dos grandes meios de comunicação em massa,têm um grande poder nas mãos. É por meio da mídia que pessoas podem promover algo,e promovem,pois entre as notícias e grades de programação é comum se encontrar idéias,subtendidas ou não.
Em uma ditadura,a mídia age de uma forma controladora,que faz propaganda a um governo. Quando se cria uma democracia,ela acaba abrindo um espaço maior,porém esse espaço vai estar restrito a uma coisa:o dinheiro. Desta maneira, a mídia vai se relacionar com o capitalismo de uma forma a promover o sistema e fazer com que,apesar da democracia,haja uma ditadura,a ditadura do capital. Portanto,a mídia influencia,mais também é influenciada.
É importante ressaltar que a mídia interfere em nossas vidas . Pessoas são ‘’pautadas’’,principalmente aqueles que têm uma cabeça mais fraca. Então o que vai definir se a mídia vai ser boa ou ruim?Os objetivos daqueles que a controlam,pois a mídia pode ser um meio para muitas coisas.



A Televisão
Me deixou burro
Muito burro demais
Oi! Oi! Oi!
Agora todas coisas
Que eu penso
Me parecem iguais
Oi! Oi! Oi!...

O sorvete me deixou gripado
Pelo resto da vida
E agora toda noite
Quando deito
É boa noite, querida....

Oh! Cride, fala prá mãe
Que eu nunca li num livro
Que o espirro
Fosse um vírus sem cura
Vê se me entende
Pelo menas uma vez
Criatura!
Oh! Cride, fala prá mãe!...

A mãe diz prá eu fazer
Alguma coisa
Mas eu não faço nada
Oi! Oi! Oi!
A luz do sol me incomoda
Então deixa
A cortina fechada
Oi! Oi! Oi!

É que a televisão
Me deixou burro
Muito burro demais
E agora eu vivo
Dentro dessa jaula
Junto dos animais...

Oh! Cride, fala prá mãe
Que tudo que a antena captar
Meu coração captura
Vê se me entende
Pelo menos uma vez
Criatura!
Oh! Cride, fala prá mãe!...

A mãe diz prá eu fazer
Alguma coisa
Mas eu não faço nada
Oi! Oi! Oi!
A luz do sol me incomoda
Então deixa
A cortina fechada
Oi! Oi! Oi!...

É que a televisão
Me deixou burro
Muito burro demais
E agora eu vivo
Dentro dessa jaula
Junto dos animais...

E eu digo:
Oh! Cride, fala prá mãe
Que tudo que a antena captar
Meu coração captura
Vê se me entende
Pelo menos uma vez
Criatura!
Oh! Cride, fala prá mãe...


Música:Televisão;Titãs


Por: Clara, Henrique, Hewerton, Júlia, Lívia, Márcio, Rosana, Romão e Rodrigo

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sistemas de cotas para negros nas universidades


O sistema de cotas tão discutido atualmente é, sem sombra de dúvidas, um ponto de interrogação para muita gente. Os dados estatísticos comprovam que quanto maior a escolaridade e a renda familiar, menos aceitação há ao sistema de cotas. O professor de antropologia da UNB ( Universidade de Brasília), entende que os resultados da pesquisa indicam que a "elite não quer perder o poder".
Talvez este pensamento até seja verídico para uma minoria, mas creio que esta "ameaça" não tem fundamento, pois não creio que ela perderá o poder ao ver negros dentro das universidades públicas.
O sistema de cotas, como paliativo talvez seja uma saída apenas para facilitar o acesso de negros e indígenas à universidade, mas o que pode ocorrer, num país como o nosso, é que a solução temporária se torne permanente, e o "remendo", acabará sendo a desculpa para não se investir na excelência do ensino de base.
Medidas concomitantes investindo num ensino básico de qualidade e as cotas universitárias seja uma proposta interessante, pois investir em espaços pedagógicos, equipados, escolas inseridas no mundo digital e voltadas para o mercado de trabalho, ensinando seus alunos a ser empreendedores, sem esquecer é claro de capacitar constantemente seus educadores, financiar seus estudos, aperfeiçoamento, graduação, mestrado e doutorado e remunerá-los dignamente é a saída para se ter negros e indígenas em universidades pública, de qualidade e sendo profissionais altamente qualificados.
Quando estas medidas são tomadas, o mercado de trabalho se qualifica e gera um aumento do poder aquisitivo da população gerando novos empregos e aumentando a qualidade de vida desta população.
Mas creio que o sistema de cotas não diminuirá o "conflito" entre raças. Esta tensão ainda existirá, pois é preciso que se reflita sobre os conceitos de raça e se eduque as pessoas a conviverem socialmente. Isto se faz nas escolas e famílias e insere-se no ser humano desde a tenra idade, mesmo porque somos um povo mestiço, de muitas raças e nações. O brasileiro precisa tomar conhecimento e ciência disso, pois mesmo aparentando fisicamente outros traços, ele pode ter o DNA da raça que tanto discrimina.
Mas me pergunto: e quanto aos pobres? A camada social realmente excluída, pois não mora dignamente, vive abaixo da linha da pobreza e não tem nenhuma perspectiva de melhora social. Sejam brancos, negros, índios, pardos....não merecem acesso a universidade pública e gratuita? Para mim, a maior discriminação é a social, que obviamente, tem os negros incluídos nela.
As cotas deveriam ser, como afirmei anteriormente, uma medida paliativa, mas deveriam abranger classe social e não racial. A camada social economicamente mais baixa deveria se beneficiar do sistema de cotas, assim poderíamos dar a oportunidade a estas pessoas que vivem à margem da sociedade, vislumbrar um futuro, no mínimo mais promissor do que aquele que ela vislumbra no momento.

Por: Alana; Danielle; Emerson; Giovânia de Alencar; Jéssica; Julianna; João André; Junior Duarte; Miguel e Sarto.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Que devemos fazer?

Fontamara é um romance que retrata a condição social vivenciada pelos moradores da aldeia de mesmo nome do título. No livro são expressas as péssimas condições de vida dos caffoni (trabalhadores rurais, designados por caipiras), a impossibilidade de comunicação entre os camponeses e homens da cidade, desigualdade, exploração de trabalho, em meados a instalação do fascismo na Itália, início da década de 1930.

O autor do livro é Ignazio Silone, pseudônimo que depois passou a ser o nome legal de Secondino Tranquilli. Seu movimento a partir da luta social proporciona um entendimento sobre as questões que ele aborda no livro, foi um dos fundadores do partido comunista italiano e lutou contra o regime fascista. Em sua obra circula a relação entre política e literatura e literatura e história. No caso de Fontamara, é a única obra do autor, narrada pelos personagens centrais do livro, no caso, os caffoni.


Bandeira do Partido Comunista Italiano.


No principio o autor descreve a aldeia que vive em ruinas e com sérios problemas estruturais. A história então começa sendo contada por uma família de fontamareses, dividida entre os três membros. O primeiro problema sofrido aos habitantes foi o corte de luz, pensando eles ser fruto de mais um imposto, quando na verdade é uma oportunidade para seres lesados pelas autoridades do município que coleta suas assinaturas para ter o direito de desviar o curso do riacho que lhes serve de irrigação. O desvio é feito pelo recém-chegado empresário que havia conquistado o cargo de pedestà, que corresponde a prefeito do município. Desde então, os moradores do Fontamara sofrem com uma série de acontecimentos que por sua limitação conhecimento e informação, lhe trazem o preconceito, desamparo das autoridades, abuso e exploração. Até mesmo aqueles “intelectuais” nas quais eles confiavam, os abandonam a meio de um conflito, sem estratégia ou uma forma de pelo menos, acabar a sua fome.

Fontamara apresenta a miséria, a falta de interesse público e o descaso não só com o camponês, mas aqueles que vivem à margem do poder. Com essa abordagem, no campo sociológico pode ser notada a identificação do autor com o pensamento marxista, é tanto que militou durante um tempo contra o governo totalitário e a favor do proletariado e dos oprimidos. Silone constrói em seu livro momentos em que apresentam a desfavorável distribuição de terra aos camponeses, a alienação, desigualdade entre a remuneração em relação ao que é produzido pelos trabalhadores rurais. Enquanto isso Marx dizia que através da mobilização poderia se conseguir a mudança, presente no momento em que os caffoni começam a fazer manifestação conduzida por um “Eterno Desconhecido” que divulga na forma de um jornal tudo aquilo que sofriam naquele momento.

A obra de Marx, junto à leitura de Fontamara, desperta a responsabilidade que cada um tem em não se conformar com as desigualdades sociais vividas, a aldeia se engloba num contexto moderno em que a opressão, a exploração, a falta de estrutura, a alienação, entre outros problemas, tudo isso diante dos nossos olhos nos tempos atuais. Enquanto os que detêm o poder continuam lucrando, passando de mão em mão a responsabilidade pela “ordem”. O “Eterno Desconhecido” torna-se aquele instrumento que abre os olhos da população, seja no jornal, na verdadeira notícia, na arte ou através dos líderes.

Um grande lutador, “Eterno Desconhecido” – que nada tem de desconhecido – foi o músico e compositor Gonzaguinha que viveu durante a ditadura, um período em que a música sofria a censura e os artistas sofriam com o abuso de autoridade. Gonzaguinha apresentava em suas letras esse propósito de mobilização, de mudança e valorização do homem, do trabalho, além, de críticas ao regime ditatorial. Pela mídia de massa, controlada pelos poderosos, era chamado de “cantor rancor”, pois segundo eles apresentava letras “fortes”. De suas 72 músicas compostas nessa época, 54 foram censuradas. Na canção “Nunca pare de Sonhar” apresenta o pensamento do artista que tornou da voz, sua “arma” contra intolerância. “Fé na vida, fé no homem, fé no que virá. Nós podemos tudo, nós podemos mais. Vamos lá fazer o que será”.

A história nos traz o exemplo que a juventude era a impulsora dos protestos. No Brasil, por exemplo, os estudantes participavam das constates manifestações na época do Regime Militar, muitos foram presos. Difícil encontrar movimentos políticos estudantis tão significativos como os da época nos dias atuais, mas alguns, mesmo que simples podem fazer à diferença. Como exemplo encontra-se os estudantes do curso de Mídias Digitais da UFPB, que do seu modo criativo, criaram um vídeo como paródia reivindicando problemas de estrutura com seu curso. Segue o vídeo abaixo:

Então, esse mesmo problema de estrutura é parecido com os vividos na UFC Campus Cariri, em que o curso Jornalismo, entre outros, estão sem seus laboratórios e locais para a prática de suas atividades.

E o que devemos fazer? Aceitar? Já estão aceitando só pelo fato de estarem calados.


E vamos à luta.


Por: Alana, Ana Caroline, Antonio, Alisson, Charlenne, Felipe, Janio Mayk, Lucas e Tiago.

terça-feira, 7 de junho de 2011

O grande irmão zela por ti!



O Livro 1984 escrito por George Orwell traz uma crítica ao processo de alienação enfrentado pela sociedade dentro de um contexto histórico pós-guerra. Em uma atmosfera ainda devastada pelo poder dos regimes totalitários, onde os valores humanos se desgastavam continuamente, a crítica de Orwell acaba funcionando como uma “previsão” do futuro, onde as pessoas estão se tornando cada vez mais alienadas, transformando sua obra em uma fonte de pesquisa sociológica. Presente em todas as épocas.

Orwell trata da manipulação da mente como o principal veículo para a manutenção do poder nas mãos dos poderosos. Com o surgimento - e a cada vez mais crescente manipulação – das novas mídias, vem tornando-se cada vez mais fácil manipular a opinião pública. Para isso, abusam da distorção da linguagem criando, muitas vezes, uma “realidade” totalmente diferente da real existente.

Dentro do livro, a figura do “Grande Irmão” é a caracterização visual do Partido, sua imagem está espalhada por todos os lados e nas tele-telas com frases do tipo “O Grande Irmão zela por ti”. É a figura que deve ser amada e respeitada por todos.


Fazendo um link com o nosso presente, podemos citar o “Big Brother” transmitido anualmente pela Rede Globo de Televisão, como uma triste tentativa de representar a grandeza da figura criada por George Orwell.

Os telespectadores assumem o papel do grande irmão e passam a interferir diretamente na vida dos participantes do Reality Show.


Podemos dizer que a obra de Orwell é rica. Ela nos permite uma analise cotidiana quase impossível para a maioria das pessoas. Até onde o que eu penso é realmente meu. O que se deve atentar é que, por viverem em uma sociedade pós-moderna, as pessoas estão ficando cada vez mais sem tempo para realizarem as diversas atividades que lhes são impostas. Pensar não deixa de ser uma delas.

A crítica de Orwell acabou se tornando não apenas algo para maquiar um presente, mas algo atemporal que nos permite pensar e analisar a sociedade e os seres humanos em diferentes épocas. Inclusive a nossa. Até onde somos meros reprodutores do pensamento alheio?

Por: Fernando, Fleriston, Joelson, Laryssa e Marciano

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Livro Simulacros

Por Raquel, Cícero, Clarice, Luiza, Bruna e Daiane

Sérgio Sant’anna é o autor do livro Simulacros. Ele nasceu no Rio de Janeiro, em 30 de Outubro de 1941. Ingressa aos 18 anos no curso de Direito da UFMG. Seu primeiro livro, “O Sobrevivente”, lançado em 1969, permite que participe do International Writing Program, da Universidade Iowa, nos Estados Unidos, entre 1970 e 1971. De volta ao Brasil, lança “Notas de Manfredo Rangel, repórter” (1973) e ingressa como docente na UFRJ. Recebeu o Prêmio Jabuti em 1982, 1986 e 1997. Atualmente colabora com a revista Cult, a Folha de São Paulo e o site Cronópios.

Resumo da obra 


JP (jovem promissor) inicialmente fez um papel de padre, imaginava que Vedetina o amava, pois ás vezes sussurrava no seu ouvido “JP eu gosto de você”

O Dr. PhD então pede que JP e Vedetina saiam de mãos dadas na rua, JP aproveita o caso para tocar em Vedetina que logo chama a atenção por causa das pessoas. Tudo que ela fazia JP pensava que poderia ser encenação, um sorriso que fosse ele pensava “será verdade” ou será a mando do Dr. PhD. Nos últimos 200 metros, aproximaram-se do Café Ouro, onde se reúnem agiotas, cambistas e apostadores, eles começaram aplaudir e a apontar para Vedetina, no qual chamara- na de “bunduda”, “gostosona”.

Após a encenação, PhD parabeniza JP pela atuação e como recompensa, poderia namorar Vedetina. JP agradece, sentando perto de Vedetina. Dr. PhD começa a falar que eles são uma pequena família, no qual VC seria o pai, PD a mãe e Vedetina a filha com o seu noivo JP.

O mais novo casal começa o namoro, ambos faziam muitas carícias nos quatro cantos da casa. O que começou a gerar um conflito entre Vedetina e PD, que se sentia mal com as cenas que presenciava.



No outro dia, Dr. PhD pede ao VC para pagar algumas contas da casa e para JP segui-lo e descrever todos os seus passos, prometendo uma importante recompensa.Chegando em casa, Dr. PhD. lê o relatório de JP e comenta que não está de todo mal, mas havia alguns erros, como a de ser descoberto, pois entrar no cinema foi uma farsa do VC para despistá-lo, mas parabenizou-o por descobrir o furto de VC. Apesar de que criticou o relatório Dr. PhD decidi conceder o prêmio a JP, que seria casar com Vedetina. Dr. PhD entregou duas alianças e Vedetina começou a gritar “Estamos noivos”.


No casamento, estavam todos reunidos, Dr. PhD realizou a cerimônia e os declarou marido e mulher, no entanto, ele deu o primeiro beijo em Vedetina. PD e VC desejaram felicidades ao casal. No final da festa JP e Vedetina foram direto ao quato para sua noite de núpcias.

O tempo foi passando e a rotina da casa não se alterava, o tédio foi tomando conta de JP que não agüentava mais a rotina de casado na casa de Dr. PhD. Percebendo isso, PhD resolve armar uma historinha para o grupo.



O quarteto começa a se perguntar que tipo de experimento eles estavam participando, lembram também o que o Dr. PhD prometeu para eles quando assinaram o contrato: transformar Vedetina em artista; JP em escritor; PD em uma nova mulher e VC em um velho respeitável. Indignados com ele, o grupo resolve dar uma festa na qual teria tudo que PhD proibia: bebidas, som alto, orgia.



O Dr. Phd chamou JP em seu quarto e mostrou-lhe um vestido de Vedetinha, e perguntou se ele gostava daquele vestido, JP respondeu que sim, Dr. PhD pede então que JP vista tal vestido, porque isso varia parte de um castigo embosto por ele, por causa da festa que o grupo realizou na sua ausência, assim como JP, Velho Canastrão, Vedetinha e Prima Dona trocaram as roupas e teriam que a atravessar o centro da cidade até a garagem rotativa. O quarteto então inicia o castigo, Vedetinha era a que fazia maior sucesso, JP por isso acaba se distraindo e cai durante o trajeto.



Numa tarde de domingo, Vedetinha acorda JP para que ele possa comprar um abacaxi, mesmo com preguiça JP logo deduz que o único lugar que vende abacaxi aos domingos é no estádio de futebol e que nesse exato dia ocorreria a final do campeonato entre o Atlético, time pelo qual torce, e seu rival Cruzeiro. 


Dois domingos antes, o Dr. PhD reuniu o grupo para uma reunião, onde ele faria o papel de Deus e eles poderiam fazer qualquer pedido. Vedetinha inicia e faz o pedido de ser mãe, pois para ela, uma mulher se realiza apenas na maternidade. Prima Dona acaba se intrometendo e discutir com ela, dizendo é que frescura afirmar que a mulher se realiza apenas na maternidade, tento elas um legue de opções a seguir. Prima Dona era bastante feminista, acreditava que Deus era uma mulher negra, e que Eva havia precedido Adão. Deve sua infância perdida, pois estava sendo treinada para ser uma dona de casa. Desejava voltar a traz, começar tudo de novo com o conhecimento que tinha adquirido ao longo dos anos. Velho Canastrão foi o próximo e desejou o nada, queria um pouco de paz ou quem sabe a morte. Por ultimo JP desejou vencer o prêmio Nobel de Literatura.

Dois domingos depois da reunião o grupo se encontra preparando o almoço, com exceção do VC que continuava no quarto, preocupados o pessoal vão para o quarto dele, mas VC continuava em silêncio, JP entãodecide arrombar a porta do quarto, quando finalmente consegue arrombar se depara com uma cena macabra, sangue espalhado pelo chão, paredes e principalmente na cama. Dr. PhD então pede que ninguém entre no quarto, porque ele tomaria as providências necessárias para o funeral.


No dia do enterro o caixão não pode ser aberto porque segundo o Dr. PhD o corpo estava todo retalhado. O grupo então prestaram as ultimas homenagem ao amigo, PD era a mais revoltada deles e culpava o cientista pela morte do VC, para ela o doutor havia premeditado o suicídio. PD então com a ajuda do JP e Vedetinha planejam vingar a morte do VC, na hora do jantar eles põem o plano em ação, JP segura os braços do PhD enquanto a PD o fazia ele desmaiar fazendo-o cheirar um pano emudecido com clorofórmico, JP então aproveita para prepara a cova no quintal da casa, quanto termina Vederinha e PD ajuda-o a colocar o corpo lá dentro, feito JP então conclui a execução matando-o a facadas.

 
Surpresos com a ‘ressureição’ do VC, o grupo novamente volta para a sala, para que então o VC possa explicar o que realmente aconteceu. Ele então inicia falando que o suicídio foi ideia do Dr. PhD, e foi o mesmo que planejou tudo, ele queria demonstrar o quanto o VC era querido pelo o grupo.


No almoço o silêncio reinava, todos estavam com a consciência pesada pela morte do Dr. PhD, é então que o JP decide mudar de personagem “È só mudarmos de nome. O crime sese pode falar em crime, foi cometido pela Prima-Dona, Jovem Promissor, Vedetinha e o Velho Canastrão”(p.213). Eles decidiram então assumir novos nomes para libertassem desse sentimento de culpa. JP assumiu o nome de Escrito, PD a de Rainha, VC de Velho e Vedetinha resolveu continuar com o mesmo nome. Iniciava então uma nova fase para o quarteto.



O Escritor assumir o poder da casa, e passou a sustentar a todos com o salario que ganhava como carimbador, cargo que conseguiu graças ao seu tio que era deputado. A Rainha ficava com os deveres domésticos, enquanto Vedetinha fazia o enxoval do bebê e o Velho ficava apenas sentado lendo o jornal. Quando finalmente chegou a hora do parto, Rainha liga comunicando o nascimento da criança, era um menino, Vedetinha deu lhe o nome de Felipe. Escritor então vai até o hospital conhecer o seu filho, quanto chega lá encontra a Rainha e Vedetinha dormindo, ele então vai direto ao encontro do Felipe, um bebê gordinho, branquinho, loiro de olhos azuis, quanto o pega nos braços, Felipe sorria, e ria mais e mais, então Escritor põe novamente ele no berço e sai em direção a sua casa.



Quanto chega, Escritor vai direto para o quarto terminar o seu livro que havia interrompido por causa da gestação deVedetinha.Foi então que ele escreveu as ultimas linhas daquele livro que culminam com a descrição do sorriso do Felipe: “Um sorriso ao mesmo tempo puro e cínico, inteligente, ingênuo, debochado. Um sorriso que era principalmente herdeiro dele, Dr. Philip Harold Davis. O sorriso do Dr. PhD”. (p.240)







Análise sociológica:
 A obra trata-se das observações, apontamentos e experiências realizadas pelo Dr. Philip H. Davis, um cientista americnao que pesquisa e estuda, no Brasil, o comportamento humano mediante situações mirabolantes, nas quais os personagens Jovem Promissor, Vedetinha, prima Dona e Velho Canastrão por meio de um contrato, são forçados a participar dessas experiências, como se fossem cobaias. 

O método utilizado pelo Dr. PHD, baseia-se no behaviorismo e envereda para o campo da psicologia existencialista, que é uma doutrina que durante o processo de existência, a medida que o indivíduo vivencia novas experiências, ele torna-se capaz de redefinir seu próprio pensamento. Nota-se também na obra, o poder de um indivíduo sobre o coletivo, a imposição de seus desejos pessoais sob as pessoas, a forma de manipular e fazer os outros acatarem suas ordens, por meio da persuasão pelo contrato.

Destaca-se o método positivo e o individualismo utilitarista que se encaixam perfeitamente nessa temática. O método positivo parte da observação, indução e experimentação que vão de encontro com os princípios utilizados pelo Dr. Phd. Em se tratando do individualismo utilitarista este postula que “a cooperação é o resultado espontâneo das ações que os indivíduos executam visando atender os seus interesses particulares”. (QUINTANEIRO, 2009, p.68).





No ápice da história o personagem Velho Canastrão simula um suicídio, que libertaria aqueles receios que o instigavam a ver na morte uma solução. Sobre o suicídio, Durkeim diz


[...] Suicídio [...] é um ato da pessoa e que só a ela atinge [...] A depressão, melancolia, a sensação de desamparo moral provocadas pela desintegração social tornam–se, então, causas do suicídio [...] (QUINTANEIRO, 2009, p. 83-84)
Utilizando como desculpa o suicídio do VC, mas internamente escondendo os seus próprios motivos, que variam desde poder, ciúme, orgulho ferido, raiva, libertação, os personagens tramam e cometem um crime contra a pessoa do Dr. PHD. Destaca–se a frieza do JP, que não sentiu nem remorso pelo o que fez “Para mim o Dr. Phd é apenas um corpo esvaziado. Deste corpo mão há de se ter piedade, amor ou ódio” (p. 201) Em se tratando deste tema, segundo Quintaneiro (2009, p. 81) “O crime provoca uma ruptura dos elos de solidariedade [...] A vingança é exercida contra o agressor na mesma intensidade com que a violação por ele perpetrada”



REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A discussão acerca de Simulacros gira em torno da ideologia literária, embora mescle vários gêneros não foge ao discurso narrativo. O ponto relevante na narrativa consiste na sua composição e o desenrolar dos acontecimentos. É uma representação da realidade e não uma cópia. Os nomes das personagens estão associados às suas características, JP (Jovem Promissor) é promissor por ser jovem e bonito. Dr. PhD (Philip Harold Davis), é o produtor da história, o detentor do saber e por isso do poder. Confirmando a teoria de Francis Bacon, o último renascentista, de que saber é poder.

O livro conta a história de personagens que representam o papel de personagens encenando situações reais e ficcionais. Sendo enquadrado como meta-ficção, algo que vai além da ficção, onde até a realidade é inventada, perdendo em alguns pontos a verossimilhança, muitas vezes recapturada pela descrição de um detalhe irrelevante.

Marx apontava que a libertação da alienação só ocorreria quando os alienados se conscientizassem da sua situação e combatessem sua insatisfação pondo fim ao regime que os oprimia. Em Simulacros, foi o próprio PhD que impulsionou essa liberdade, quando simulacrizou-se de Deus e ouviu os pedidos de seus “atores”. Todos eles se concretizaram: Vedetinha engravidou, Prima Dona tonou-se líder, Velho Canastrão deixou a mediocridade – em outras palavras, morreu – ainda que falsamente, e JP usurpou o lugar de PhD.

O erotismo, em constante presença na narrativa, pode ser considerado um fetiche, pois na sociedade pós-moderna a ponte que liga o ser ao sucesso é o corpo. O sexo torna-se mercadoria, avaliado apenas de forma quantitativa, mecânica, sem nenhuma profundidade, o senso do real. A ficção antecede a fantasia. É difícil apontar se a realidade antecederia a ficção. O escritor da trama mistura o gênero erótico com o literário e teatral como se possuísse um arquivo de observação da sociedade em que está  inserido. A sexualidade é explorada com intensidade em toda a obra, além de narrada é mostrada, fazendo uma aproximação com o leitor. Quando este é chocado pelo erótico 

pode sugerir um desejo de ser dominado por ele


A REALIDADE COMO SIMULACRO EM SÉRGIO SANT’ANNA

O presente artigo foi produzido por Acadêmicos do Curso de Especialização em Letras, e trata mais sobre a questão do termo Simulacro dentro do contexto do livro e não se detém muito lingüísticas ou a questões sociais, é como uma espécie de estudo comparativo entre o termo simulacro criado por Baudrillard em seu livro simulacro e simulação (1988) e os personagens simulacros criados por Sérgio Sant’Anna (1977) que no final das contas acabam condizendo e fazendo parte das mesmas definições que é a realidade entrelaçada com o fantasioso

              
Portanto a investigação do artigo buscou entender como o escritor localiza na sua literatura ficcional a questão da complexa instalação do sujeito em uma realidade que lhe escapa de forma incontornável. O autor percebeu que a literatura de Sant’Anna insere-se numa linha criativa que se instala na modernidade e chega até a contemporaneidade, num diálogo produtivo com obras da literatura brasileira e mundial. Suas histórias se circunscrevem em um espaço urbano tão caótico e não-acolhedor e que podemos encontrar em suas narrativas tanto o desespero e a pequenez humana face a uma realidade da qual os personagens vivem em uma espécie de trânsito existencial. No presente artigo podemos observar que fala que na literatura de Sant’Anna é como um permanente diálogo com os procedimentos narrativos fílmicos, tanto na forma discursiva como na presentificação de um imaginário cinematográfico que, na linha de pensamento exposta por Baudrillard, no qual se articula uma leitura do mundo objetivo como simulacro de uma realidade definitivamente não alcançável pelo sujeito contemporâneo.

 O artigo fala do livro como a narração de um ambicioso experimento comportamental humano que consiste em criar diversas situações de simulação protagonizadas por várias personagens, cada uma em circunstâncias distintas, com intenções específicas e características próprias, sob o olhar avaliador do cientista, que acompanha de longe o percurso de suas cobaias que não estavam em nenhum momento desempenhando normalmente o seu papel social, apenas interpretavam personagens previamente articulados. E como se sabe códigos corporais e imagéticos, em qualquer época e em qualquer sociedade, acabam sendo mais facilmente expressivos do que códigos verbais para a comunicação de subjetividades, o que reforça o papel da vestimenta de cada personagem, com imagens já construídas no imaginário popular. E no contexto do livro as pessoas reagiam chocadas a estes fatos, era como se o que elas viam não fazia parte de uma imagem real e que se chegasse a ser uma realidade encontra-se entrelaçada com o fantasioso e acaba por não corresponder ao que se espera do real. Já para os transeuntes, o desconforto de não haver conexão entre o que vêem e o que o seu imaginário articula acaba por deslocá-los do espaço confortável no qual a realidade corresponde a sua experiência com a objetividade.
              Na parte final da narrativa de Simulacros, a personagem Dr. PhD já não está mais viva e, portanto, as personagens restantes se encontram livres de sua influência. Apesar disso, todos optaram por seguir sua vida de representações continuando presos a uma objetividade pré-estabelecida, inclusos no eterno ciclo entre real e simulação. O bebê, chamado Felipe, simboliza a continuação e a propagação do mesmo modelo de simulação. Ou seja, a nova vida foi usada na narrativa como símbolo da permanência do antigo, já que refletia a “vitória” de PhD sobre JP. Através dessa personagem, Sant’Anna atesta a validade do simulacro como incontornável destino para os sujeitos que nele se encontram imersos, indo totalmente ao encontro da idéia de simulacro proposta por Baudrillard, que todos fazem parte de um grande ciclo de repetição e criação de simulacros.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
RAMOS, Tânia Regina Oliveira. SIMULACROS & simulacros. Seminário quinzenal sobre literatura brasileira contemporânea.

LIMA, Lindomar Cavalcante de Lacerda. MENEGAZZO, Maria Adélia. Sérgio Sant’anna: um realismo erótico. Dourados, 2007.

SANT’ANNA, Sérgio. Simulacros.

QUINTANEIRO, Tânia. Um toque de clássicos: Marx, Durkheim e Weber/ Tânia Quintaneiro, Maria Lígia de Oliveira Barbosa, Márcia Gardênia de Oliveira. 2ª edição revisada e atualizada. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.

QUADRADO, Lauro Iglesias e João Manuel dos Santos Cunha. A realidade como simulacro em Sérgio Sant’anna. Trabalho apresentado no XVII de Iniciação Científica, 2008. Disponível em: http://www.ufpel.edu.br/cic/2008/cd/pages/pdf/LA/LA_00094.pdf

http://www.uems.br/cellms/2008/documentos/32%20-%20SERGIO.pdf

http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/1204/1/DISSERTACAO_2008_GleiserMateusFValerio.pdf